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Tendências para o mercado internacional e reflexos no Brasil

POR MATHEUS NAPOLITANO

PANORAMA DE MERCADO

HÁ 5 HORAS E 25 MINUTOS

5 MIN DE LEITURA

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Acompanhar as tendências do mercado internacional de lácteos tem se tornado cada vez mais importante para as empresas do setor no Brasil. Com as importações desempenhando um papel relevante na oferta interna, monitorar as movimentações no mercado internacional é essencial para entender como o fluxo de produtos importados pode se comportar no mercado brasileiro e qual tende a ser sua influência nos preços praticados no mercado interno.

Recentemente, o Rabobank divulgou seu relatório trimestral sobre o mercado global de lácteos, discutindo os principais pontos e expectativas em relação à oferta, demanda e preços ao redor do mundo. Nesse texto, vamos avaliar os principais insights compartilhados pelo Rabobank e como esses cenários projetados podem impactar o mercado brasileiro.

Oferta dá sinais de recuperação

A oferta nos principais países exportadores praticamente "andou de lado" nos últimos cinco anos. Em 2023, os baixos patamares de preços dos lácteos no mercado internacional pressionaram as receitas dos produtores nas principais regiões exportadoras, como Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, União Europeia, Argentina e Uruguai. Aliado a isso, com os custos ainda elevados, as margens desses produtores diminuíram, o que desestimulou a produção.

No entanto, em 2024, há sinais de recuperação dessas margens, com a alta dos preços do leite e a redução dos custos. Com isso, a produção, que vinha estagnada nos últimos semestres, tende a iniciar uma recuperação neste segundo semestre, com previsão de crescimento modesto até 2025, conforme a visão do Rabobank.

Figura 1. Crescimento anual da produção de leite (7 principais exportadores e China) - efetivo e projeções.

Crescimento anual da produção de leite (7 principais exportadores e China) - efetivo e projeções.
Fonte: Rabobank

Visão para o Mercosul

Para a Argentina e o Uruguai, nossos principais fornecedores, a expectativa é de que a forte queda na produção observada até agora comece a desacelerar, e a produção volte a mostrar sinais de recuperação.

Gráfico 1. Produção de leite na Argentina e variação anual

Produção de leite na Argentina e variação anual
Fonte: MAGyP - elaborado pela MilkPoint Ventures

Após um ano de 2023 bastante desafiador, as margens para os produtores nesses dois países têm crescido, as exportações têm se valorizado e, com uma demanda crescente de outros mercados, a conjuntura se torna mais favorável para a produção argentina e uruguaia.

Um ponto de atenção que pode afetar essa recuperação e que deve ser monitorado de perto é a pressão da seca prolongada, que tem afetado a Argentina, assim como parte da região brasileira. A expectativa é que as chuvas voltem a se normalizar entre o final de setembro e o início de outubro; caso contrário, a recuperação pode ser limitada.

Do lado da demanda, especialmente na Argentina, o cenário também tem ficado mais otimista. Após uma queda de cerca de 18% no consumo interno no 1º semestre deste ano, em relação a 2023, o maior equilíbrio da economia tem possibilitado uma retomada do poder de compra da população, criando um cenário mais positivo para o consumo interno no país no restante de 2024 e 2025.

Dessa forma, com consumo interno mais favorável, mesmo que a demanda do mercado internacional não cresça substancialmente, o mercado interno pode dar maior sustentação aos preços.

Demanda Global

China: um gigante adormecido

Quando se fala em demanda internacional de lácteos, é inevitável destacar o comportamento e as expectativas em relação às compras chinesas. Mesmo tendo reduzido seu volume de compras nos últimos anos, a China continua sendo, de longe, o maior importador de leite do mundo, exercendo forte influência nos preços.

Após o pico de compras em 2021 e 2022, o gigante asiático reduziu seu nível de aquisições de outros países. Um dos fatores para isso é a própria demanda interna, que, diante das dificuldades econômicas do país, diminuiu o apetite dos compradores. Além disso, nos últimos anos, a China incentivou fortemente sua produção interna, buscando diminuir a dependência do mercado internacional.

Para 2024, o Rabobank reduziu a projeção anual de volume de compras da China, que atinge agora uma diminuição de 12% em relação a 2023, que já havia registrado uma queda de 25% em comparação ao ano anterior. Para 2025, mesmo que haja uma redução na produção interna do país, a demanda da China por importações de lácteos de outros mercados também não deve crescer, influenciada por um ambiente econômico ainda desafiador.

Em relação ao estímulo da demanda de outros mercados, o cenário ainda é incerto. A economia global ainda está contida, com as tensões ao redor do mundo, como no Oriente Médio; além do risco da inflação global elevada persistir e incertezas em relação às eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Cenário de preços internacionais

Diante desse cenário projetado entre oferta e demanda global, as expectativas para os preços indicam uma manutenção nos níveis atuais, inclusive para os valores praticados no Mercosul, que são os principais fornecedores do Brasil.

Todavia, apesar de se esperar um pequeno crescimento da oferta global, neste momento os estoques globais de lácteos estão baixos. Dessa forma, um possível estímulo da demanda pode gerar um aumento dos preços.

Impactos desse cenário no mercado brasileiro

Em termos de oferta dos nossos principais fornecedores, Argentina e Uruguai, o cenário para produção nos próximos períodos é mais favorável do que o observado nos últimos anos, o que tende a gerar maior disponibilidade de oferta para exportações - inclusive para o Brasil, seu principal comprador.

Por outro lado, o consumo interno da Argentina tende a ser mais forte. Além disso, outros mercados, como Oriente Médio e Norte da África, têm apresentando uma procura maior pelos lácteos do Mercosul.

Em termos de competitividade de preços, o cenário para o último trimestre deste ano e para 2025 é de manutenção em relação aos níveis atuais. Assim, ao analisar a relação entre o preço do produto nacional e o importado, o Brasil deve continuar conseguindo pagar preços atrativos para o Mercosul em comparação a outros países compradores, considerando uma taxa de câmbio próxima a R$5,50.

Dessa forma, ao ponderar todos esses fatores, como disponibilidade e competitividade de preços, as importações brasileiras de lácteos tendem a permanecer em patamares elevados até o final de 2024 e ao longo de 2025, mas com preços do Mercosul mais altos e com uma disponibilidade um pouco mais restrita do que o observado nos últimos 2 anos.

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