Segundo os dados mais recentes da Conab, a colheita do milho se encontra em um nível bastante avançado em comparação ao mesmo período de 2023. Enquanto o milho 1ª safra se encontra na fase final da colheita, com 94% da área projetada para a cultura já colhida até o final de junho, a 2ª safra mostra um importante avanço, tendo já colhido 48% da área prevista, ficando quase 30 p.p. acima do mesmo período de 2023, tendo como destaques as colheitas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Goiás, como é possível observar na tabela abaixo.
Tabela 1. Acompanhamento da colheita de milho 2ª safra no Brasil.
Em relação ao andamento da lavoura de soja, a colheita também se encontra em fase final, com 94% da área projetada já colhida, com muitos estados já tendo finalizado suas colheitas da oleaginosa.
Tabela 2. Acompanhamento da colheita de soja no Brasil.
E como esperado, os preços praticados no mercado físico refletem esse avanço na colheita dos grãos e aumento da oferta, tendo mantido uma tendência entre estabilidade e sutil viés de queda nas cotações do milho. Enquanto para a soja, o mês corrente aponta para uma pequena valorização dos preços praticados, abaixo do esperado ao levar em consideração o avanço expressivo do dólar e o aumento nas negociações nos portos brasileiros. Os gráficos abaixo mostram os preços praticados no mercado físico e os contratos futuros do milho e da soja.
Gráfico 1. Preços do milho no mercado físico em Campinas/SP e no mercado futuro.
Gráfico 2. Preços da soja no mercado físico e no mercado futuro em Paranaguá/PR.
Vale ressaltar que o mercado futuro ainda aponta para uma deflação anual nos preços de milho e soja, que nesse momento é de -6% para o milho e -12% para a soja, contribuindo para um menor custo com a alimentação dos animais na produção de leite e uma melhor rentabilidade dos produtores em relação a 2023.
Sobre os resultados esperados para a safra atual, as últimas projeções da Conab apontam ainda para uma queda na produção de milho e soja em relação a safra anterior, de -13,5% e -4,7%, respectivamente, como pode ser observado nos gráficos abaixo.
Gráfico 3. Série histórica e projeção da produção de milho total no Brasil (milhões de toneladas).
Gráfico 4. Série histórica e projeção da produção de soja no Brasil (milhões de toneladas).
Para o segundo semestre de 2024 é preciso se atentar para os possíveis efeitos da chegada da La Niña. Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), a probabilidade de ocorrência da La Niña é acima de 70% a partir do mês de agosto, aumentando para 85% entre os meses de novembro e janeiro de 2025, quando ocorre o plantio de algumas culturas da safra 2024/25, podendo impactar no custo dos alimentos na produção de leite no próximo ano, a depender da intensidade da La Niña neste ano.