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Como os incêndios e fumaça impactam a saúde do rebanho

POR MARIA LUÍZA TERRA

GIRO DE NOTÍCIAS

HÁ 9 HORAS E 39 MINUTOS

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A combinação de seca extrema e queimadas coloca o Brasil diante de uma das mais intensas temporadas de incêndios florestais da história. De janeiro a agosto, os incêndios atingiram 11,39 milhões de hectares, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. Atualmente, os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os mais afetados.

Além das preocupações ambientais e de saúde pública, essa situação afeta diretamente o agronegócio, incluindo o setor leiteiro. 

As queimadas geram um impacto significativo na qualidade do ar, causam perda de áreas produtivas e redução da qualidade do solo. Já a fumaça gerada pelos incêndios, que segundo a Agência Brasil é composta por monóxido de carbono, partículas finas, diversos outros gases e possíveis compostos tóxicos, compromete a capacidade de crescimento das plantas e pode intoxicar os animais. Para o setor leiteiro, a exposição das vacas a essas condições pode levar a uma série de problemas de saúde que afetam diretamente a produção de leite.

A fumaça das queimadas, contém uma mistura de gases e partículas que, quando inaladas, podem causar irritação nas vias respiratórias das vacas e levar a problemas respiratórios como bronquite, pneumonia e, em casos mais graves, até insuficiência respiratória. Esses problemas respiratórios reduzem a eficiência da respiração, levando a um estresse físico significativo nos animais. Quando a respiração é comprometida, a oxigenação do sangue diminui, afetando o metabolismo geral e, consequentemente, a produção de leite.

A presença contínua dos potenciais poluentes e a fumaça aumentam o estresse das vacas, desencadeando a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol. O aumento dos níveis de cortisol pode inibir a lactação, pois interfere na produção e liberação de ocitocina, um hormônio essencial para a ejeção do leite. 

O estresse é um fator de grande importância que afeta diretamente o comportamento dos animais. Vacas estressadas tendem a reduzir a ingestão de alimentos, levando a uma menor absorção de nutrientes necessários para a produção de leite.

Contaminação das pastagens e da água

A fuligem e as partículas provenientes das queimadas afetam além do ar e podem contaminar as pastagens e fontes de água. A ingestão de pasto ou água contaminada pode levar a problemas de saúde nos animais, incluindo intoxicação e disfunções metabólicas, que prejudicam a produção de leite. 

Partículas de fuligem e material particulado provenientes da queima dos materiais vegetais podem ser transportados por grandes distâncias, depositando-se em áreas de pastagens. Além disso, podem ser levados pelas correntes atmosféricas e se misturam ao vapor d’água transportado pelos rios voadores e quando essa umidade se condensa e precipita na forma de chuva, traz consigo resíduos de carbono, que colorem a água de preto ou cinza-escuro. 

Esse fenômeno, conhecido como “chuva negra”, não apenas altera a qualidade da água disponível para os animais, mas também pode modificar a composição química do solo, afetando a qualidade das pastagens. Essa chuva tem sido registrada com maior frequência no centro-sul do Brasil, é uma manifestação direta da intensificação das queimadas na Amazônia e no Pantanal. 

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a fuligem gerada pelas queimadas pode viajar por milhares de quilômetros, dependendo das condições climáticas, afetando áreas urbanas e rurais. Além do impacto visual e do desconforto, essa chuva negra carrega uma série de substâncias tóxicas que trazem implicações sérias para o solo, os cursos d’água, os animais que bebem essa água e as plantações.

Estresse térmico

A alta incidência de queimadas também contribui para o aumento das temperaturas locais, agravando o problema do estresse térmico nos rebanhos. Vacas leiteiras são especialmente sensíveis a variações térmicas e ao calor excessivo. 

Em condições de estresse térmico, as vacas apresentam uma diminuição na ingestão de alimentos, menor eficiência na digestão e alterações metabólicas, que impactam negativamente a produção de leite. O estresse térmico, combinado com a exposição a poluentes atmosféricos, cria um ambiente ainda mais adverso para os animais, dificultando a manutenção de uma produção leiteira saudável e eficiente.

Efeitos a longo prazo 

A exposição prolongada dos animais aos poluentes e a fumaça, pode enfraquecer o sistema imunológico das vacas e resultar em danos de longo prazo à saúde dos animais. A poluição do ar também pode afetar negativamente o ciclo reprodutivo das vacas, interferir nos sistemas endócrinos, afetando a produção de hormônios essenciais para a lactação, como a prolactina e a ocitocina. Isso pode comprometer não apenas a quantidade de leite produzido, mas também sua qualidade, afetando sua composição.

Sem dúvidas medidas preventivas de manejo devem ser adotadas para proteger a saúde dos rebanhos. Isso inclui práticas de manejo que minimizem a exposição dos animais à fumaça, como o uso de abrigos e sistemas de ventilação, fornecimento de água fresca, limpa e abundante, além da implementação de estratégias de manejo alimentar que garantam a oferta de nutrientes essenciais mesmo em condições adversas. Também é importante o monitoramento contínuo da qualidade da água e das pastagens para evitar a ingestão de substâncias tóxicas.


 

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As informações são do Boletim do fogo - MapBiomas, Forbes, Agência Brasil.

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