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Primeiro sistema de ordenha robotizado é inaugurado no Brasil

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/03/2013

6 MIN DE LEITURA

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O lançamento

No dia 22 de fevereiro a empresa de equipamentos de ordenha DeLaval inaugurou a primeira sala de ordenha robotizada da América do Sul. Após 5 meses de operação e testes com o novo equipamento, a fazenda de Armando Rabbers, em Castro – PR, abriu suas portas para um grupo seleto de produtores que puderam conhecer de perto o primeiro VMS da América do Sul em funcionamento.


Imagem 1: Armando Rabbers e a Ordenhadeira Robotizada VMS DeLaval

Na cerimônia de inauguração, o proprietário da fazenda falou sobre os benefícios que o sistema robotizado trouxe com relação ao bem-estar dos animais, à sua equipe e à administração da propriedade, que se tornou mais gerencial e menos operacional.

Com o VMS DeLaval, a empresa afirma que o foco das propriedades deixa de ser as desgastantes rotinas de ordenha e possibilita o direcionamento das atenções para atividades mais rentáveis, como gerenciamento, manejo sanitário e nutricional do rebanho, entre outras.

“O equipamento deve ser considerado como um investimento estratégico para melhorar o estilo de vida e a produtividade e, para isso, deve ser entendido como uma ferramenta facilitadora para a superação dos desafios da produção de leite”, informa a empresa.

Como funciona

A DeLaval afirma que através do braço robótico do equipamento, cada teto é individualmente limpo com água e ar, em seguida, estimulado, pré-ordenhado e seco antes da ordenha. Devido ao jogo de câmeras ópticas associadas ao laser duplo, a empresa diz que há grande eficiência na visualização, garantindo a localização rápida e precisa dos tetos para a colocação das teteiras e efetivação da ordenha.

De acordo com a empresa, foi desenvolvido um medidor de leite independente para cada quarto do úbere com a finalidade de registrar separadamente o tempo, o rendimento, o fluxo, a condutividade e a presença de sangue no leite e, em casos de anormalidades, há um desvio automático.

Para que a ordenha seja realizada em condições higiênicas, a DeLaval acrescenta que o sistema robotizado possui desde o coletor de esterco integrado, até o sistema de limpeza do piso, que permite que as vacas permaneçam em uma superfície limpa em todos os momentos da ordenha.

Custos e retorno sobre o capital investido

Segundo Sidnei Hiroki Nakashima, Gerente de Produto – VMS da DeLaval, o levantamento dos valores para investimento em um sistema robotizado depende do desenvolvimento de um projeto específico, pela equipe da empresa, para cada propriedade produtiva, pois o projeto é influenciado por vários fatores, como o fluxo animal, por exemplo. Nakashima explica que tanto os projetos que saem do zero, como é o caso do projeto do Sr. Armando Rabbers, como os projetos onde os robôs serão adaptados a um sistema já existente, precisam passar por uma avaliação para que a implantação do sistema robotizado seja desenvolvida de forma eficiente.

“Com relação ao projeto do Sr. Armando, o investimento para a implantação da ordenha mecanizada foi estimado em R$19.000,00 reais por vaca, o que incluiu toda a infraestrutura e construção civil do projeto, mais os equipamentos da DeLaval e o biodigestor”, cita Sidnei.

A empresa estima o retorno sobre o investimento em cerca de 6 a 10 anos, entretanto, o Gerente de Produto da DeLaval diz que “é importante avaliar caso a caso para definirmos o cálculo de benefício para cada projeto”. Ele afirma que, no caso do Sr. Armando Rabbers, a previsão é de um retorno em 8-10 anos.

Outras empresa

Até o momento, este equipamento é exclusivo no mercado da América do Sul, entretanto, outras empresas como a GEA e a Sulinox já estão atentas ao segmento. A GEA informou que já está com projetos de implantação de uma nova ordenhadeira robô no Brasil.

O Diretor Comercia da GEA do Brasil, Fernando Sampaio, diz que a ordenha robô é mais uma opção de sistema de produção que será suave e progressivamente introduzida no país. “Isto porque não significa apenas a instalação de um equipamento, mas sim, de uma estrutura sólida de atendimento técnico e suporte ao produtor, demandando soluções complementares que envolvam climatização, conforto animal, tratamento de dejetos e uma mudança na própria forma de administrar a propriedade”, afirma Sampaio.

A empresa que já comercializa o equipamento na Europa e Estados Unidos, já está com projetos para os próximos meses de lançar um produto semelhante no Brasil, segundo o Diretor da GEA. Ele explica que estão em fase de prospecção de produtores cujo perfil se encaixe no projeto, pois “esses produtores, além de terem animais com boa padronização genética, precisam também ser focados no gerenciamento da propriedade e nas informações provenientes de um sistema de gestão eficaz”.

Sampaio ressalta que o diferencial do robô da GEA é um único braço robotizado que pode atender até 5 postos de ordenha, e que, com este recurso, o custo de um conjunto de módulos pode cair em até 40%. Cada box (posto de ordenha), segundo ele, pode atender de 50 a 65 animais dependendo do rebanho, da estrutura e da configuração do projeto.

Outros benefícios do sistema citados pelo Diretor da GEA incluem a padronização do processo de ordenha, o acesso a dados completos da produção, a disponibilidade de tempo para tarefas de gestão e um ambiente tranquilo e agradável para o animal.


Imagem 2: Ordenhadeira Robô da GEA

O Consultor Técnico da SULINOX, Lissandro Mioso, diz que o uso de sistemas de ordenha robotizados no Brasil é sim uma tendência, mas a longo prazo, pois acredita que antes dela se concretizar é preciso avançar muito na capacitação de mão de obra de operadores e técnicos, além de investir em infraestrutura básica como redes de energias elétricas. Mioso cita ainda que “esse investimento é o 1º no Brasil devido a uma série de benefícios comerciais e interesse do fornecedor em ser o pioneiro no país”.

Ao avaliar o potencial de mercado de um sistema deste perfil no Brasil, Lissandro Mioso diz que “pelo fato da produção de leite no país ser representada 80% por propriedades pequenas e familiares, se não houver um forte aporte do Governo para viabilizar esse tipo de equipamento, devido seu valor e complexidade de funcionamento, será muito complicado de ele ser implantado”. Portanto, conclui o consultor técnico, “hoje o mercado alvo para esse tipo de equipamento é o topo da pirâmide mercadológica da produção de leite, que abrange apenas cerca de 5% das propriedades de cunho empresarial”.

Segundo Mioto, no momento adequado onde o mercado esteja absorvendo essa tecnologia, a SULINOX pretende também implantar a tecnologia no Brasil, mas ele defende que há muito que se avançar na mecanização do leite antes deste investimento ser realizado, pois “se olharmos os países que migraram para o sistema robotizado, veremos que os mesmos já trabalhavam com ordenhas canalizadas anteriormente enquanto que aqui no Brasil ainda estamos utilizando, em muitas propriedades, ordenhas com balde ao pé”.

Opiniões de influentes do setor

O Professor Paulo Machado, da Clínica do Leite, não sabe ao certo se há grande mercado para ordenhadeira robô aqui no Brasil. “Tecnicamente não há, pois o equipamento é muito caro para o benefício proposto, a assistência técnica é temerária e a mão de obra para manejá-la pouco capacitada”, explica ele, que ainda complementa, “mas como o Brasil é surpreendente, é difícil se fazer qualquer previsão”. Entretanto, Machado diz que nos demais países do mundo tem havido um rápido crescimento do uso deste equipamento, não somente em fazendas com 60 – 120 vacas, como também em grandes unidades produtivas.

De acordo com Paulo Machado, trabalhos mostram que não há nenhum inconveniente da ordenha robotizada para o bem-estar dos animais, porém ele chama a atenção para qualidade do leite, pois há registros de aumento de CCS e CBT dependendo do manejo e da situação.

Para Marcos Veiga, Professor Associado da FMVZ-USP, “o uso de sistemas de ordenha robotizado é uma tendência em economias mais desenvolvidas, que tem deficiências de mão de obra maiores que as do Brasil e, o principal gargalo para sua implantação seria o investimento a ser feito”. Ele diz que é difícil se estimar o potencial deste mercado aqui no Brasil, afinal, “nem se sabe ao certo quantas ordenhadeiras existem no país (na verdade, nem mesmo se sabe quantos produtores existem)”, afirma ele. Sobre as implicações que esta ordenhadeira robotizada pode ter na saúde da vaca, Veiga cita que, de uma forma geral, a tecnologia hoje já está desenvolvida o suficiente para ter mínimos efeitos.

Esta matéria é do MilkPoint.
 

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JOSÉ MARIA SOLIS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2017

JMSolis

Vazante-Mg

O tema é atrativo. Vale observar que a nossa moeda (de produtor de leite), é o litro de leite. O investimento de R$1.900,000,00, a ser pago em 10 anos, considerando uma média de 10 vacas em lactação, corresponde a 4 ou 5 litros de leite por vaca, por dia. É importante saber o aumento médio (se é que há), por vaca, com  a robotização. Este parâmetro ajudará na análise de viabilidade. Não acho que a mão de obra seja um dos maiores problemas. Pessoas de secundário completo, Senai, etc. resolvem. A localização da fazenda e instalações residenciais adequadas amenizam a concorrência urbana.

Recorrendo ao comentário acima, dos 2 Brasis: Se for seduzido pela belga, divorciando-se da índia, há que se ter uma boa visão da nova vida. Os "testemunhas" (Delaval, BNDS e bancos) devem estar cientes do apoio pós casamento, especialmente manutenção em tempo quase real. Voltar para a índia, abandonada, não será fácil.
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 17/02/2014

RANSLLEY MENDES DA SILVA

COLINAS DO TOCANTINS - TOCANTINS - ESTUDANTE

EM 17/02/2014

as vantagens e as desvantagens dessa ordenha ?
ELCIMAR RODRIGUES MOREIRA

ANÁPOLIS - GOIÁS

EM 28/01/2014

sem cometario e tudo bom mao obra e plobrema brasil
RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 01/01/2014

30 anos atrás ordenha mecanica já era artigo de luxo, poucos produtores tinham...





Acho que mão de obra para o grande produtor sempre irá ter pelos salarios, rodizio dos ordenhadores com folga e férias.



Mão de obra pro médio produtor irá  se extinguir, porque pro pequeno mão obra já acabou faz tempos.



Mas todo equipamentos bem empregado se paga ao longo do tempo, ainda mais com um produção dessas.







Só falta um equipamento automatico pra distribuir o volumoso, ai sim fazendeiro vai ter fins de semana com folga hehehehe
NATHÃ CARVALHO

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL

EM 10/12/2013

Boa noite

Gostaria de obter o contato do criador para verificar a possibilidade de agendar uma visita.
JOSÉ ANTONIO

EM 15/09/2013

os animais não vão a pasto? são alimentadas apenas com ração e silagem?
SIDNEI HIROKI NAKASHIMA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 20/08/2013

Boa tarde Mauro,



Encaminhei mais informações no seu email.

Qualquer coisa me retorne.



Muito obrigado pelo contato.



Abraço
MAURO CESAR LOPES DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 20/08/2013

Sidnei Hiroki Nakashima, quem pode me dar maiores informações sobre a implantação do sistema robotizado para ordenha para a região de 100km de Goiânia-GO. Meu email: mcesarlopes@gmail.com

sds,

Mauro Cesar
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 05/04/2013

Caro Sidnei,



Concordo plenamente com sua posição. A dependencia de mão-de-obra qualificada, e principalmente comprometida, é cada vez mais escassa. Aliado a isso temos problemas com legislação trabalhista. Quanto a geração de dados, de suma importância para a boa condução economica e zootecnica da fazenda, o sistema facilita muito sua escrituração.

Vejo simplesmente como dificuldade de implantação de tal sistema o seu custo, extremamente elevado, elevando de forma considerável o custo fixo da produção. Além disso a dependência de assistência extremamente qualificada para atender tais equipamentos. Diferente de outros países quando da defeito um técnico totalmente qualificado para resolver qualquer problema do equipamento não chega na fazenda em 15 minutos para que a ordenha recomeçe.

O custo de implantação de facilidades na produção é um entrave enorme ao produtor nacional. A carga de impostos, a margem das empresas, a logística, a burocracia, tudo se soma para que produtos como insulfladores, braços extratores, mixers, robôs, cheguem ao país custando o dobro que em qualquer parte do planeta.

Não somos contra a tecnologia, somos contra ao comprometimento de nossas margens pela sua implantação. Quando for economicamente viável substituir meu sistema convencional de ordenha por um robô (gerar ativo sobre o investimento) serei um na lista de seus clientes.



Abraço



Michel Kazanowski
SIDNEI HIROKI NAKASHIMA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 04/04/2013

Caro Michel,



Concordo em partes com o seu comentário e gostaria de deixar claro que o sistema de ordenha robotizado não é a solução para o desenvolvimento da pecuária de leite no Brasil mas é um sistema que pode contribuir muito para tornar a produção de leite cada vez mais eficiente e rentável.

Com todos os recursos disponíveis no sistema, nós acreditamos que o VMS é uma ferramenta avançada para o gerenciamento do rebanho, das ordenhas e que busca, principalmente, reduzir a dependência da mão de obra em atividades desgastantes e repetitivas no dia a dia da fazenda. Isto possibilita o investimento deste recurso em atividades que trazem rentabilidade ao negócio como gerenciar a nutrição animal, reprodução, entre outros.

Logicamente que cada fazenda é uma realidade diferente e possui desafios distintos também portanto, cabem aos envolvidos do setor trabalharem para tornar a atividade cada vez mais rentável para o produtor, desde aquele que ordenha manualmente até o produtor que ordenha em sistemas com maior nível de tecnologia como o sistema robotizado.

A DeLaval disponibiliza soluções para todos os tipos de sistemas e perfil de negócios, desde o produtor com uma vaca até o produtor com trinta mil animais em lactação e o VMS é mais um conceito que colocamos à disposição do produtor de leite em busca de rentabilidade e eficiência da sua produção.



Grande abraço.
THOMÁS

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2013

Se for se pensar hoje, na implantação de uma fazenda, começando pela sala de ordenha e mão de obra, depois qualidade que se agrega, redução do estresse, 4 ordenhas ao dia, e principalmente a dificuldade de mão de obra e os problemas que um trabalhador pode lhe causa e sem receio nenhum afirmo que de 7 a 10 anos o investimente se paga tranquilamente, só com essas "economias" e a tranquilidade que um equipamente lhe da, afinal ele não falta ao trabalho e nem reclama
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 01/04/2013

Prezado Michel,



Reafirmo  a partir da literatura, pode-se concluir que o sucesso da ordenha robótica depende das condições de fazenda (alimentação, genética, manejo, pessoal qualificado, gestão, utilização das informações, etc) e do conhecimento e habilidades do gerente do rebanho. Isso justifica o interesse das empresas (De Laval e Lely) em iniciar a introdução dessa tecnologia pela regiâo ABCW (Arapoti, Batavo, Castrolanda e Witmarsum) onde a pecuária de leite apresenta um nível tecnológico mais alto quando comparada com outras regiões do país. Lembro que nos anos noventa quando as primeiras ordenhas auto tandem (Westphalia) foi instalada em Castro, com tecnologias como identificação dos animais, medidores de atividade, condutividade elétrica, extrator, interface da sala de ordenha com o software (DP 4), etc., ocorrreram reações semelhantes as que estão estão acontecendo com a ordenha robótica. Atualmente grande número de propriedades possui sistemas de ordenha igual aos instalados nos anos 90 e/ou até mais completo. Concordo com você, ou seja, nem todas as propriedades estão preparadas para adotar o sistema de ordenha, ou seja, muitas propriedades devem solucionar problemas básicos em relação ao manejo, sanidade, qualidade do leite, alimentação, instalações, criação de bezerras e novilhas, etc, enquanto os custos e a eficácia dos sistemas robóticos deverão ficar mais claros para os próximos anos a medida que o domínio da mesma aumentoa e os primeiros dados de pesquisa no Brasil comecem a serem publicados.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 29/03/2013

Caro Helder,

Entendo e reconheço os benefícios do sistema de ordenha referido.

Porém o sistema de ordenha não justifica os péssimos índices produtivos e econômicos da pecuária leiteira nacional.

Como na analise de pareto devemos identificar quais são as principais causas que levem a estes baixos índices para ataca-los e poder ter um resultado rápido e eficaz sobre a produção e lucratividade da fazenda.

Produção de forragem de baixa qualidade e pouca produção além de muita perda levam a reduzida produção por área e animal. O número de produtores que fazem uso de uma técnica simples como a inseminação artificial mostra que o melhoramento genético tem muito a avançar, o que leva a animais sem mérito serem considerados leiteiros. A produtividade da mão-de-obra das unidades produtivas é extremamente baixa se comparada a países de pecuária desenvolvida, seja confinamento ou pasto, por que não criamos facilidades nem procedimento produtivos. Os animais jovens são uma categoria esquecida levando a alta mortalidade, desenvolvimento retardado e baixa produção pois são incapazes de expressar sua potencialidade.

Existem inúmeras fazendas que poderiam optar por um sistema robótico de ordenha. No entanto, me preocupa pensar que a adoção de tal ferramenta tecnológica seja considerado por alguns o caminho para desenvolvimento do setor. Para a maioria esmagadora dos produtores é como colocar um carro de fórmula 1 em uma estrada boiadeira.



Abraço



Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/03/2013

Michel,



Existem varias realidades de produtores dentro do Brasil, qual tipo e realidade do produtor você se refere na sua pergunta? O correto não é que cada um é quem sabe da sua capacidade de investimento? Quem pode comprar um equipamento destes e pagar que o faça, quem ainda não pode se esforce para um dia poder, não acha?
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 27/03/2013

Caro Michel,



Sou doutorando em Ciência Animal, na UDESC, em Lages, SC, e a minha tese será sobre ordenha robótica. Conforme revisão de literatura vários dos problemas levantados por você como baixa eficiência reprodutiva, bem estar animal, baixa produção de leite,etc., poderão ser resolvidos por este sistema pois no mesmo a ordenha é voluntária (o animal procura o robô) e todas atividades das vacas são controladas por sensores instalados no animal (transponder e medidor de atividade) e por passagem em portôes dotados de sistema de identificação e controle, bem como outros dados em relação ao comportamento do animal, a produção de leite e sanidade da glândula mamária (sensores na linha do leite  e robô), os quais são controlados por um software de gestão que permite monitorar as vacas, o sistema de ordenha, a refrigeração do leite e a alimentação, o qual emite alerta quando algum problema foge dos padrões normais estabelecidos pelo próprio sotware e/ou pelo produtor conforme configurações feitas neste. Isso permite um maior grau de controle com uma quantidade maior de informações sobre o sistema de produção. Enfim, a automação associada à informática tem o papel fundamental para transformação dos dados oriundos dos dispositivos ou intermediados por eles, em informações a serem utilizadas para tomada de decisão. A partir da literatura, pode-se concluir que o sucesso da ordenha robótica depende das condições de fazenda (alimentação, genética, manejo, pessoal qualificado, gestão, utilização das informações, etc) e do conhecimento e habilidades do gerente do rebanho.
SIDNEI HIROKI NAKASHIMA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 27/03/2013

Correto Mykel!

O valor de investimento em um sistema robotizado varia entre 6 a 7 mil reais por vaca onde o recomendável é a ordenha de 60-65 animais por estação de ordenha.

Neste caso citado na matéria, o produtor iniciou um projeto do zero, portanto, os demais R$ 12.500,00 por vaca cobriram os investimentos em terraplanagem, cobertura pré moldada para o galpão, aterramento, construção civil (inclui toda a parte de construção do piso do freestall e benfeitorias como sala para tanque resfriador, escritório, sala de reuniões e visita, canaletas de coleta para biodigestor, estrutura do biodigestor), gerador e No-breaks, equipamentos DeLaval (vagão misturador, soluções para conforto animal, cabines de alimentação, tanque resfriador, tanque auxiliar). Além disso, está contemplado também o custo de instalação, entrega técnica e treinamento para os operadores do sistema.

Em caso de adaptação do sistema robotizado em uma estrutura já existente, provavelmente o valor de investimento fica menor pois algumas estruturas poderão ser aproveitadas e não precisam ser contempladas no projeto.

Muito obrigado pelas perguntas!
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 26/03/2013

Na Europa estes equipamentos estão se tornando populares. Quando questionado um casal de produtores holandeses sobre a aquisição de um robô para melhorar sua qualidade de vida e os mesmos poderem disfrutar de mais tempo em convivencia com seus filhos os mesmos responderam:



"Isso está em nossos planos. Mas antes temos outras coisas muito mais importantes a fazer. Por exemplo, a fertilidade de nossos solos não esta tão boa como deveria, e a produtividade do milho está 10% abaixo da média da região. Temos que investir nessas coisas antes. Percebemos também que nossas vacas não estão tão confortáveis, devido ao desgaste do piso do free-stall, e isso tem diminuído a taxa de concepção. Por tudo isso, a nossa produtividade média está relativamente baixa (26,9kg/vaca), e a compra de um robo iria comprometer as nossas contas no momento. Além do mais, nossa ordenha, apesar de simples, está bem dimensionada para o rebanho e tem funcionado como um relógio. A nova tecnologia vai vir sim, mas no tempo certo".



E o produtor brasileiro? Qual é o investimento prioritário para melhorar a produção e a renda de seu rebanho? Será um robô ordenhador???



Abraço



Michel Kazanowski
MYKEL STEFANNI PEREIRA

CRUZEIRO DO OESTE - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/03/2013

Seria Possível detalhar melhor estes custos para se entender melhor?

Estive no Show Rural em Cascavel, e lá havia um robô exposto. Segundo quem estava apresentando, o valor do equipamento gira em torno de R$ 400.000,00. Isto representa aproximadamente R$ 6.500,00 por animal (60-65 cabeças). O que seria os outros R$ 12.500,00?
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 25/03/2013

O aumento do salário mínimo para R$ 678,00, a partir de janeiro de 2013, aumentou o custo da mão-de-obra na atividade leiteira. Chegando a 20% da receita obtida com a venda do leite nos Estados das Regiões Centro-Oeste e Sudeste (CNA, 2013). Paralelamente ao custo, o produtor enfrenta a dificuldade de encontrar profissionais dispostos a trabalhar nesta atividade.  Quando encontra bons trabalhadores, o produtor precisa pagar salários elevados devido à disputa por esses profissionais com boa qualificação. Outro questionamento que se faz é sobre as gerações futuras. Com as facilidades que a vida urbana oferece será que elas permanecerão no campo. Os atuais ordenhadores da região de Castro, PR, boa parte deles que estão em final de carreira terão substitutos a altura. Em alguns países da Europa como a Suécia a robotização é uma questão de carência e/ou capacitação de mão-de-obra e possivelmente isso ocorrerá, a curto prazo, em regiões do Brasil onde a pecuária leiteira está mais tecnificada

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