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Em PE, seca causa morte de rebanho e derruba em 70% a produção de leite

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/03/2013

6 MIN DE LEITURA

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A seca que atinge Pernambuco está afetando gravemente a produção de leite no estado. Dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) apontam para uma redução de quase 70% na produção da bacia leiteira, formada por 14 municípios, com prejuízo mensal estimado em R$ 36 milhões. Antes da estiagem, o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite) contabilizava a produção de 2,3 milhões de litros por dia e, agora, 830 mil litros são produzidos diariamente. A queda afeta consumidores, que sentem a alta dos preços dos derivados que chegam às prateleiras, e principalmente os criadores, que presenciam a morte do rebanho com a falta de chuvas no interior pernambucano – o Sindileite aponta a morte de mais de 200 mil animais e o abate precoce de outros 528 mil.

Dados de março da Secretaria da Casa Militar de Pernambuco apontam que 1,3 milhão de pessoas estão sofrendo com a estiagem no estado. Dos 158 municípios pernambucanos, 132 decretaram estado de emergência - dos quais 126 tiveram essa condição reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional. "Estamos diante de algo extraordinário. Talvez seja a seca mais severa dos últimos 60 anos, em algumas regiões do Nordeste", comentou o ministro Fernando Bezerra Coelho, em reunião com prefeitos de 50 cidades pernambucanas, esta semana, no Recife.


Rebanho morto em Itaíba, no Agreste de Pernambuco (Foto: Márcio Alves dos Santos / VC no G1)


Além da cana-de-açúcar, o governo de Pernambuco vem recebendo o apoio do governo federal, que mantém, no estado, 12 polos de venda de milho a preço subsidiado - é o chamado Programa de Venda em Balcão. De acordo com Ricardo Jucá, gerente de produção e comercialização da Secretaria-executiva da Agricultura Familiar, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) traz a Pernambuco o milho vindo do Mato Grosso, e o governo estadual leva o produto para o interior. "Hoje existem dois polos de milho da Conab, no Recife e em Petrolina [no Sertão], e o governo do estado, em parceria com algumas prefeituras e com o próprio governo federal, abriu mais outros oito postos."

O Programa de Venda em Balcão está nas cidades do Recife, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Floresta, Salgueiro, Ouricuri e Petrolina, vendendo a saca de milho com 60 quilos por R$ 18,12 – o valor normal de uma saca, segundo Jucá, é de aproximadamente R$ 50. "E nós estamos pretendendo abrir mais dois polos, dentre eles estão os municípios de Itaíba e Surubim. A expectativa é de que, daqui para o final do mês, nós consigamos abrir esses pontos."
Ricardo Jucá afirma ainda que, com o programa, já foram atendidos mais de 15 mil produtores rurais e mais de 22 mil toneladas de milho foram vendidas. "O programa, que havia acabado em fevereiro, foi prorrogado até 31 de maio, e, se houver necessidade, acreditamos que o governo federal prorrogará novamente esse prazo. Outro ponto que o governo estadual tem facilitado é que foi publicada uma portaria, através da Secretaria da Fazenda, de isenção do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], sobre esse milho, que é exclusivo para alimentação de rebanhos", enfatiza Jucá.

Mesmo com esse apoio vindo dos governos federal e estadual, Jucá reconhece que existem dificuldades que dificilmente serão supridas. "Nós sabemos que o que é feito não é 100% suficiente para atender os produtores. Este mês, por exemplo, nós estamos com um problema de arranjar transporte para o milho do Centro-Oeste para o Nordeste", informa.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite), Carlos Albérico Bezerra, reforça o coro e afirma que os recursos empenhados pelo governo não estão chegando como deveriam aos produtores. “O governo do estado tem ajudado de uma forma dedicada, mas vejo que não tem chegado ao produtor, em especial a questão do milho, que o governo federal repassa só 20% do prometido. Isso reflete principalmente no pequeno e médio produtor”, argumenta Bezerra.

O setor industrial do leite também sofre bastante com as consequências da seca. Em Venturosa, outro município do Agreste que integra a bacia leiteira pernambucana, o secretário de Agricultura da cidade, José Jonas Pacheco Vaz, afirma que quase metade das fábricas de produção de leite e derivados precisaram fechar. Antes da seca, funcionavam cerca de 80 fábricas – de vários portes e muitas até clandestinas. "Acredito que 30%, 40% delas fecharam por falta de leite. O gado está morrendo, pois os criadores não têm como comprar ração", fala José Jonas.

A fábrica Venturosa trabalha com a capacidade reduzida pela metade, usando seis mil litros de leite por dia. E a matéria-prima vem agora de lugares mais distantes, como Correntes e Bom Conselho, cidades que ficam quase na divisa com o estado de Alagoas. "Nossos produtos aumentaram de preço cerca de 60%, para cobrir esses gastos. Até o fim deste mês, vamos ter que despedir metade dos funcionários", diz o diretor da fábrica, Uziel Valério da Silva.

Derivados do leite e alta de preços

O presidente do Sindileite comenta ainda o reflexo da seca nos alimentos derivados do leite. O sindicato contabilizava uma produção diária de cerca de 100 toneladas de queijo por dia, antes da estiagem, reduzida para atuais 40 toneladas diárias. “Se o produtor diminui o fornecimento de leite, paralelamente a indústria vai produzir muito menos, e os queijos e derivados que são produzidos aqui acabam caindo com a mesma proporção”, afirma. Bezerra aponta também uma “invasão” de produtos de outros estados e até países nos supermercados, uma forma de suprir a falta dos que são feitos em Pernambuco. “Se você for ao supermercado, nas gôndolas de frios, vai observar que há uma invasão de produtos vindo do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Até da Argentina tem mandado mais queijos para cá”, pontua.

O diretor da Fábrica Venturosa, Uziel Valério da Silva, reclama dessa grande chegada de produtos derivados do leite de outras regiões do Brasil, que segundo ele, estão entrando sem fiscalização e com preços menores em Pernambuco e aumentando a concorrência. "Outra coisa é que, se é emergência, o governo deveria ajudar com mais rapidez, dando ração direto para os criadores daqui, sem atravessadores, que revendem mais caro depois", argumenta.

Sobre os preços, o presidente do sindicato leiteiro confirma a alta natural dos produtos que levam leite em sua composição. “É aquela tradicional lei da oferta e procura: se você tem pouca oferta e a procura permanece a mesma de épocas anteriores, quando a oferta era maior, o preço vai se alterando, subindo. Hoje, o queijo de coalho, por exemplo, está na faixa de R$ 27 o quilo, o que antes da seca era em torno de R$ 17, no caso dos supermercados. Se falarmos em mercados e padarias, essa situação é até menor, de uma média de R$ 14 para R$ 24, R$ 25. O consumidor sente a pancada também”, diz.

O vice-presidente da Associação Pernambucana de Supermercado (Apes), Djalma Cintra Junior, afirma que os preços do leite aumentaram substancialmente, o que dificulta a realização de promoções. “Desde o ano passado, o preço do leite aumentou e vem se mantendo. O que continua atrapalhando é que, como tem a restrição de disponibilidade, as promoções de laticínios praticamente não existem mais hoje em dia, porque os supermercados não conseguem comprar uma quantidade tão grande para fazer ofertas”, comenta.

Crédito emergencial

Na reunião realizada esta semana com 50 prefeitos de municípios pernambucanos do Sertão e Agreste, o ministro Fernando Bezerra Coelho falou a respeito de algumas ações federais para enfrentamento da estiagem. “No presente momento, a preocupação é ofertar água. Existe a iminência de colapso no abastecimento em diversas cidades e, portanto, o governo federal vai redobrar suas ações não só em parceria com os governos estaduais, mas também com as prefeituras”, disse. Bezerra Coelho ainda anunciou que irá criar um programa de recuperação de rebanhos assim que as chuvas retornarem. “Nós estamos trabalhando na linha do crédito emergencial. Já ampliamos a contratação de mais de R$ 2,5 bilhões, agora estamos anunciando uma ampliação de R$ 200 milhões para que o pequeno criador, o pecuarista, possa ter acesso a crédito emergencial a juros negativos e consiga manter a sua propriedade”, concluiu.

A matéria é do G1, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint
 

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JOSE CYRÍACO DE GODOY NETO

RECIFE - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/03/2013

A` vontade e a preocupacao do nosso governador existem, o que falta  e muinto e` a` vontade e sensibilidade do escalados para cumprir no devido tempo as acoes necessarias e devidas  a` nos produtores; vejamos o caso das barragens eacudes que estao secos e esse e` o momento para se retirar alama seca a areia eaprofundar para se ter suas capacidade aumentadas ao ma`ximo ; o caso dos pocos artezianos  para se perfurar(a`gua existe,porque visitei umas propriedades na regiao~ de sanharo` e tive o prazer de ver um produtor com um poco fornecendo a`gua a seus vizinhos a` custo  zero ,vejam a` solidariedade,como todos nos produtores gostariamos de tambem  podermos ter essa condicao(poco e agua)de sermos solidarios,entao aonde estao as maquinas que existem ,e estao paradas por falta de coragem para trabalhar com determinacao e rapidez como o momento determina.Essa pessa tem que ser para o milhopara cana eomais necessario para se salvar oque resta da bacia leiteira de Pernambuco,estado de tanta tradicao na criacao do gado leiteiro,nao importa se nossa  producao de leite e` de pouca participacao no pib estadual mas se trata de perpetuar as fazendas que fixa os proprietarios e seus auxiliares,basta observar as feiras das cidades do nosso agreste e sertao.

Onosso ministro Bezerra Coelho anuciou ja` o plano de recuperacao do rebanho leiteiro seria muinto bom se fosse permitida aparticipacao na sua elaboracao de representantes dos criadores para sugerir por exemplo oestabelecimento da comida e  a`gua para depois vir o rebanho.

Dizem que na humanidade depois de sofrer grandes traumas como em guerras ,depressoes,secas sempre surgem grandes ide`ias ,feitos etc talvez para no`s criadores do nordeste e em Pernambuco surgisse a vontade de se aglutinar em COOPERATIVAS que na minha opiniao seria uma grande fortaleza costituida por pequenas forsas ,desde que essas cooperativas nao venham se tornar propriedades de um ou de um

pequeno grupinho.

Peco aos colegas desculpas pelo longo treco e que facam criticas e sugestoes.



Jose Godoy

Produtor em Terezinha<br type="_moz" />

PAULO FELIPE GUEDES

RECIFE - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/03/2013

a secretaria da agricultura  esta levando este assunto de maneira inresponssavel.  hoje a conab reduziu acota de milho para os criadores,  , se tem as ideias mas muito pouco execução e latismavel  a situação de varios criadores, muitos estao prostados com depressão. inclussive ja teve ate suicidio, procurem a A.C.P., e confrontem os dados, nao vejo nenhuma atitude para se resolver, tudo e muito mal feito e serve apenas comom paleativos  sem  consistencia, a SECA EXISTE, E CICLICA,, precisamos de atitudes VONTADES, vejo o ceara, com este cuidado, precisamos de poços artesianos, nao vejo esta disposição no nosso governo. gostaria que o governo comece a penssar no exodo rural. soube que a A>C>P> quis fazer alerta em jornais locais  e teve como resposta a impossibilidade de ter materia publicada . pois a mesma poderia ser de desagrado do governo.
ANTONIO ALVES SOUZA

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/03/2013

A realidade de grande parte dos estados do nordeste sempre foi esta. Novidade, somente do governo arregaçando as mangas. E as empresas de laticínios que alí se instalaram??? Nada fazem, certamente.

Ganharam isenções dos estados, como é o caso da BRF e até terrenos e unidades fabris, como é o caso da LBR.

Ao menos, em Minas Gerais, vê-se muito fazendo pelos produtores esta segunda empresa, porém em relação à primeira, nada é feito.

Por isso nota-se a cada dia crescente queda na captação em todas as regiões em que tenho contato.
ROMERO RÊGO CAVALCANTI

RECIFE - PERNAMBUCO

EM 21/03/2013

Matéria bastante oportuna, mostrando ao pais a calamidade que os produtores e população pernambucana está atravessando. Na realidade um quadro que se repete em todos os estados da região Nordeste.
ALEXSON DOS SANTOS ALVES

AREIA - PARAIBA

EM 20/03/2013

Matéria muito importante, pois mostra o quanto os nordestinos estão sofrendo com a estiagem. Essas matérias deveriam passar nos jornais de televisão, para mostrar esses dados alarmantes. Estiagem como esta, foram vistas e presenciadas por poucos, uma verdadeira catástrofe, onde a cada dia que passa, os poucos animais que ainda sobrevivem estão morrendo, uma verdadeira extinção dos rebanhos, e as poucas alternativas que os produtores tem para salvar seus rebanhos, como a aquisição de alimentos mais baratos pela "CONAB", o que chega só da para alimentar por poucos dias. É lamentável e vergonhoso como nossos políticos fecham os olhos diante de tamanha situação.

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