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Como está a cadeia agropecuária no RS?

POR FERNANDA ANTUNES

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 07/06/2024

5 MIN DE LEITURA

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As chuvas torrenciais ocorridas no Rio Grande do Sul, durante o final de abril e a primeira quinzena de maio de 2024, provocaram destruições, afetando tanto áreas rurais quanto urbanas.

Além disso, milhares de construções rurais, incluindo casas, galpões e silos, foram danificadas, prejudicando gravemente a vida de mais de 19 mil famílias rurais, que perderam parte da infraestrutura de produção e moradia.

As perdas na produção de grãos foram significativas, abrangendo mais de 48 mil produtores, especialmente para as culturas de soja, milho e feijão. Em relação à produção leiteira, aproximadamente 10 milhões de litros de leite não foram coletados devido à destruição das estradas e instalações.

Além das perdas de produção, há perdas significativas de solo por erosão. Estima-se que 2,7 milhões de hectares em 405 municípios foram afetados, necessitando de recuperação da fertilidade e da camada superficial erodida.

A previsão para os próximos quatro dias no RS indica tempo estável e elevação nas temperaturas.

Leite

Em várias regiões, as pastagens estão encharcadas, tornando o pastoreio inviável e comprometendo a oferta de alimento para o gado. O consumo de silagem aumentou como única fonte de volumoso disponível para as vacas leiteiras. Muitas pastagens em germinação sofreram lixiviação e deverão ser replantadas, se os produtores conseguirem sementes.

O excesso de chuva, nos últimos dias, tornou ainda mais desafiador o manejo sanitário dos rebanhos leiteiros, principalmente relacionado ao controle de mastite, lesões em geral, laminite e problemas respiratórios

Pastagens

As recentes chuvas intensas e enchentes causaram danos significativos às pastagens em praticamente todo o Estado. Desde a dificuldade na semeadura e no desenvolvimento até a perda de culturas já implantadas, as condições climáticas adversas comprometeram a disponibilidade e a qualidade das pastagens para o gado.

Milho silagem

A colheita prosseguiu e foi encerrada nas regiões ao Norte do estado. A área plantada no Estado está estimada em 348.549 hectares. A estimativa realizada pela Emater/RS-Ascar, em novembro, apontava produtividade de 35.518 kg/ha. Na nova avaliação, especialmente após os efeitos das chuvas excessivas, a produção está estimada em 32.368 kg/ha, representando redução de 8,9% em relação à projeção anterior.

Milho

Houve um avanço da colheita, especialmente em pequenas produções, onde a operação manual foi mais viável. Nas áreas com colheita mecanizada, o processo ocorreu à medida que os grãos alcançaram níveis adequados de umidade.

Em termos de produção, a área estimada, em novembro de 2023 pela Emater/RS-Ascar, abrangia 812.795 hectares com uma produtividade, de 6.401 kg/ha. Após as chuvas e as enchentes, estima-se que a área afetada totalize 113.700 hectares, resultando em perdas de produção de 354.189 toneladas. A nova projeção indica que, após o evento, a produtividade estadual se reduzirá para 5.966 kg/ha.

Soja

A ocorrência de períodos secos e ensolarados, ainda que breves, favoreceu o progresso da colheita das lavouras, cujos grãos apresentavam condições físicas e sanitárias relativamente melhores, apesar do longo período de maturação a campo.

Destaca-se que o fenômeno deverá repercutir na redução da safra estadual. A estimativa, realizada em novembro de 2023 pela Emater/RS-Ascar, indicava uma produtividade de 3.329 kg/ha.

A área afetada pelo evento climático está estimada em 1.490.505 hectares, e as perdas de produção são de 2.714.151 toneladas. A nova estimativa de produtividade deve ser reduzida para 2.923 kg/ha.

Mudanças em locais de produção agropecuária

Durante o Fórum Futuro do Agro (05/06) que ocorreu em São Paulo, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que com a tragédia, o Estado e o setor privado terão que replanejar cidades e locais de produção.

Segundo ele, produtores que vivem perto de locais ainda sujeitos a desabamentos que terão que se mudar porque a produção agrícola em algumas dessas áreas ficou inviável.

De acordo com um levantamento que a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), as enchentes afetaram mais de 200 mil propriedades rurais. Com a destruição, muitos produtores começaram a deixar a atividade.

De acordo com Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura do Rio Grande do Sul, a região do Vale do Taquari, uma importante bacia leiteira, é uma das mais afetadas. A Secretaria de Agricultura, a Associação de Criadores de Gado Holandês e a Emater trabalham para garantir uma entrega mínima de feno para o gado leiteiro.

Madalena afirma que, na pecuária leiteira, alguns produtores já têm migrado para outras regiões e até começado a mudar de atividade agropecuária após as perdas com as chuvas. “Já observamos, infelizmente, uma grande migração de pessoas, também para outros Estados”, afirmou.

Como forma de ajudar os pequenos produtores de leite do RS, o movimento IntegrAÇÃO Leite RS realizará nesse sábado, 08 de junho, um evento online, a fim de arrecadar fundos que serão inteiramente destinados aos pequenos produtores de leite do Rio Grande do Sul. O evento contará com profissionais de qualidade da pecuária leiteira. Faça sua inscrição e ajude os pequenos produtores de leite do Rio Grande do Sul!

 

O impacto no comércio do Uruguai com o Rio Grande do Sul

O Uruguay XXI, em seu último relatório sobre comércio exterior, considerou o impacto das inundações no Rio Grande do Sul sobre o comércio do Uruguai com o Brasil como um tópico especial para análise, concluindo que ainda não há impacto sobre os números, mas haverá.

O Brasil é um parceiro comercial muito importante para o Uruguai. Em 2023, foi o segundo destino das exportações de mercadorias, recebendo quase 20% do total. O Rio Grande do Sul é o principal estado de destino das exportações para o Brasil, seguido por Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

Também é importante considerar o modo de comércio com essa região. Quase todas as exportações uruguaias para o estado que faz fronteira com o Brasil e o Uruguai entram por via terrestre, assim como 94% das vendas para o estado de Santa Catarina e 54% para São Paulo.

No caso das importações, 82% das importações do estado de São Paulo entraram por via terrestre, enquanto 98% e 62% das importações do Rio Grande do Sul e do Paraná, respectivamente, utilizaram o mesmo meio de transporte. Nesse sentido, é necessário considerar o impacto que essa situação econômica terá, bem como os efeitos dos atrasos na reconstrução de toda a infraestrutura e seus efeitos no transporte para a distribuição de mercadorias compradas entre os dois países.

Em suma, as fortes enchentes no sul do Brasil causaram estragos na matriz produtiva e na infraestrutura pública e privada do Rio Grande do Sul. Seus efeitos ainda não se refletiram nos números de exportação e importação do estado.

 

As informações são do Informativo Conjuntural – Emater/RS Globo Rural e El Observadoradaptadas pela equipe MilkPoint.

FERNANDA ANTUNES

Engenheira Agrônoma pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC/CAV.

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MARLEI (HEBROM)

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 10/06/2024

Sempre considerou os efeitos, nas minhas análise, da região Sul do Brasil com Mercosul na cadeia láctea e efeitos nos preços de pelo menos 15 meses na TOMADA de DECISÃO
MARLEI (HEBROM)

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 10/06/2024

Importante considerar que a Safra do Mercosul começou a chegar no final de Mai/24 e estes impactos serão minimizados nos preços dos produtos importados. Os preços dos produtos importados nos últimos 12 meses foram impactados por problemas climáticos na agricultura o que impactou na pecuária na Safra anterior da Argentina e Uruguai o que não aconteceu na Safra 2023.2024.

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