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Como a crise no mar vermelho pode impactar os lácteos no Brasil?

POR HELOISA VASCONCELOS

UM GRÁFICO, UMA ANÁLISE

EM 23/08/2024

2 MIN DE LEITURA

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A região do Mar Vermelho se destaca como uma das mais importantes para a logística global de navios cargueiros devido à sua localização geográfica crucial. Ele conecta o Mar Mediterrâneo ao Oceano Índico através do Canal de Suez, que é uma das rotas marítimas mais relevantes para o comércio internacional. Além da importância no transporte de petróleo e gás natural, a região também se destaca no transporte de produtos industriais e alimentícios, incluindo grãos e até mesmo derivados lácteos.

Desde meados de 2022, a região vem sendo marcada por diversas instabilidades, podendo se dizer que o ponta pé inicial se deu pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que iniciou em fevereiro deste mesmo ano. Desde então, a região passou por bloqueios de portos, destruição de infraestrutura, restrições de navegação, piora na segurança marítima e geração de necessidade de desvios de rotas, tendo como uma consequência de todos esses fatores o aumento no custo logístico de diversas cadeias, como energia, automobilísticos, alimentícios e outros.

Mais recentemente a instabilidade da região voltou à tona devido aos ataques dos Houthis a alguns navios que passavam pelo canal. Os Houthis constituem um movimento político que controla a maior parte do território iemenita, e segundo declarações do grupo, os ataques continuarão enquanto durar a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Os Houthis têm afirmado que os seus ataques visam navios ligados a Israel, aos EUA ou à Grã-Bretanha, no entanto, muitos dos navios atacados têm pouca ou nenhuma ligação com a guerra Israel-Hamas. Desde novembro de 2023, o grupo apoderou-se de um navio e afundaram outros dois.

Diante dessa dificuldade na região, grandes países importadores têm procurado outros parceiros comerciais para manter seus abastecimentos e evitar a rota em questão. No caso dos lácteos é o que tem ocorrido com países do Oriente Médio e Norte da África, como a Argélia, que é um importante importador de lácteos, com a região do Mar Vermelho dificultando, ou até mesmo em alguns períodos impossibilitando, a chegada de lácteos de um dos seus principais fornecedores mundiais, a Nova Zelândia.

Dessa forma, é possível observar a Argélia voltando a aumentar suas compras de leite em pó integral (LPI) industrial de países como Argentina e Uruguai, como mostra o gráfico abaixo, apresentado por Vitor Vieira, Commodity Trader na Interfood Group, durante o 17º Fórum MilkPoint Mercado. O gráfico ilustra que as exportações do LPI dos dois países sul-americanos para a Argélia saíram de 21% em 2023 para 36% neste primeiro semestre de 2024.

Gráfico

Fonte: Interfood; apresentado no 17º Fórum MilkPoint Mercado.

Apesar do Brasil seguir pagando valores acima dos resultados dos leilões GDT para os lácteos desses países, e, portanto, seguir sendo uma preferência nas vendas argentinas e uruguaias, essa movimentação cria um sinal de alerta, onde a Argentina e Uruguai podem acabar fortalecendo suas relações comerciais com os países fora do Mercosul que têm procurado mais pelos seus derivados lácteos.

Nesse cenário, fica o questionamento de até quando os principais fornecedores brasileiros de lácteos (Argentina e Uruguai) recuarão seus preços para continuar vendendo ao Brasil, visto que outros compradores podem se mostrar mais competitivos no futuro, algo que possivelmente mudaria o cenário das importações brasileiras e dos preços praticados aqui no Brasil.

 

A coluna "Um gráfico, uma análise" traz aos leitores uma informação rápida e ao mesmo tempo educativa, provocando reflexões e ideias. Se você tem uma sugestão para realizarmos uma breve análise, envie pra gente através deste formulário.

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RILDO

JATAÍ - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/08/2024

Isso é maravilhoso!!!!!! Significa que faltará produtos e o leite interno irá aumentar. Ruim para os consumidores, para os produtores é ótimo.
WANDELL SEIXAS

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 26/08/2024

A preocupação é pertinente. Esses conflitos prosseguem e dificulta o transporte de mercadorias em geral. E afeta a cadeia do agro, sobretudo o Brasil.

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