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Grandes erros e aprendizados na gestão de pessoas

POR LUCAS

GESTÃO NA PRÁTICA

EM 18/07/2024

4 MIN DE LEITURA

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No ano de 2006 entrei na faculdade de veterinária, e naquela época tinham duas frases que se falava muito: “entrei na veterinária pra mexer com vaca, porque não gosto de mexer com gente”, “trabalhar com vaca é fácil, difícil é trabalhar com gente”. Isso parecia muito bonito para mim e para alguns amigos naquele momento. Porém, eu me esquecia que as vacas tinham donos, tratadores, ordenhadores e inseminadores, todos eles “pessoas”, que se não estivessem de acordo e seguissem as orientações, os resultados da minha consultoria técnica nunca apareceriam. Fui aprender isso bem mais tarde e a custo de alguns insucessos.

Me formei e fui empreender, depois trabalhar em uma multinacional, mas foi quando “virei” produtor de leite que a gestão de pessoas me pegou mais de jeito. Sem nenhum estudo e conhecimento na área comecei a gerir pessoas com as duas primeiras frases que citei no artigo como verdade absoluta, só mexia com gente porque não tinha outro jeito. Ou seja, fiz tudo muito errado por algum tempo. 

Os erros começavam na contratação. Sempre escolhia os melhores de serviço, que no meu conceito do momento, eram os que mais trabalhavam, que não reclamavam ou discordavam. O caráter e outras características de comportamentos pessoais e sociais eram secundários, se tivesse bom, mas não era um limitante. Triste de ver que ainda hoje isso acontece demais. Essa semana, por coincidência, estava conversando com um amigo produtor e ele me disse a seguinte frase “contratei um cara bom demais pra ordenha, mas tenho que ficar de olho porque ele é danado para mentir”, como pode uma pessoa ser boa de serviço sendo mentirosa? Ser confiável é uma das primeiras premissas para uma pessoa ser boa de serviço e deveria estar entre fatores mais importantes para uma contratação.

Continuando nos meus erros... a relação diária com o funcionário era boa, conversava, brincava, mas não aprofundava muito na amizade e ele tinha que dar conta do serviço proposto que eu definia da seguinte forma:  sempre fui um cara muito ativo e acelerado, então eu ia para fazenda marcava os tempos que fazia cada atividade e colocava como referência para que os funcionários fizessem no mesmo tempo ou até mais rápido. Sempre pensava: “não é possível que não conseguem fazer do jeito que eu faço, deveriam fazer bem mais rápido e melhor, já que fazem só isso todo dia” essa era um fala rotineira do meu dia a dia.

Comecei a estudar um pouco o tema, ler alguns artigos, livros e prestar mais atenção na minha falta de sucesso com funcionários, que era comum com muitos outros técnicos e produtores. Nossas rodas de conversa sempre eram baseadas em reclamar da mão de obra. Com isso, comecei a entender vários pontos errados e comecei a pensar mais em como acertar, até que um dia contratei um cara “diferente” e minha relação com a gestão de pessoas mudou da água pro vinho.

Esse cara, era um conhecido antigo, tinha como características ser um cara de extrema confiança, muito gente boa, honesto no máximo e super responsável. Mas tinha um defeito “grave” para mim naquela época que era ser um pouco devagar (para os meus parâmetros) e não acompanhava a minha velocidade de execução das coisas. Nos primeiros meses tivemos várias discussões, eu achava que ele estava sempre fazendo menos do que deveria, cheguei a cogitar mandar ele embora e ele também, tenho certeza, que cogitou sair. Até que em certo momento comecei a linkar a teoria de gestão de pessoas que havia visto nos livros e palestras com a minha vida real de produtor e então uma chave virou. Chamei ele para conversar e disse tudo que achava de bom nele e que estava disposto a entender a velocidade de trabalho dele e que seguiríamos juntos, já que as qualidades eram muito maiores do que os defeitos. Ponto importante: todos nós temos defeitos, você nunca irá contratar pessoas perfeitas, então entenda se os defeitos são maiores e mais importantes que as qualidades. Esse funcionário foi ficando cada vez melhor no que fazia e os resultados positivos começaram a aparecer, a lida com ele foi ficando cada vez mais fácil e leve, então já comecei a pensar diferente: “ah se eu tivesse 5 iguais a esse aqui eu estava feito”!

Foi aí que comecei a ver na prática que contratar por caráter e qualidades pessoais era muito mais importante e gerava muito mais resultado do que contratar pela técnica ou capacidade de trabalho. A gente não faz nada super difícil na fazenda, é fácil treinar uma pessoa para ordenhar, tratar ou manejar as vacas. O que não é fácil é treinar o caráter, o respeito com os chefes e colegas de trabalho para que tenhamos uma convivência sadia e leve no dia a dia.

A partir daí começamos a contratar sempre focando no que a pessoa é e não no que a pessoa sabe fazer. Ter experiência na área ajuda muito, mas se não tiver caráter não adianta nada. Hoje tenho uma fazenda em sociedade com minha irmã, temos 5 funcionários, toda minha família vai diariamente na fazenda e vivemos num ambiente super amigável e de pessoas de bem. Tenho muita tranquilidade de deixar meus filhos com qualquer um da minha equipe. Dos 5 contratados alguns já tem grande experiencia na área, outros praticamente nenhuma, mas independente disso, todos foram contratados primeiramente pensando no caráter.

Claro que como qualquer outra fazenda temos dificuldades e temos que enfrentá-las diariamente, mas quando se trabalha com gente de bem essas dificuldades se resolvem facilmente.

E agora que contratei bem, como fazer para manter essas pessoas trabalhando por mais tempo e motivadas? Esse é o tema do meu próximo artigo nessa coluna.

Me conta sua história aqui embaixo nos comentários!

Forte abraço e até a próxima

LUCAS

Filho de produtor de leite, Médico Veterinário e Mestre em produção animal. Atualmente é gestor da LG cursos e produtor de leite.

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BERNADETE CASTRO

ORIZONA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/07/2024

Gostei muito do seu texto, parece comigo sempre fui rápida em tudo e queria que todos fossem iguais, estou mudando e melhorando neste aspecto. Já quero ver seu próximo texto. Sou produtora, trabalho com esposo e filho, que também não é igual eu, temos 5 funcionários, hoje considero eles bons.
LUCAS

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/07/2024

Obrigado pelo comentário Bernadete! Temos que sempre nos colocar no lugar do outro e tentar entender as suas qualidades!!

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