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Farelo de Bolacha: qual a qualidade nutricional do coproduto que utilizo em minha propriedade?

VÁRIOS AUTORES

ESALQLAB

EM 06/06/2024

4 MIN DE LEITURA

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Como abordado em outros artigos da coluna ESALQLAB, a inclusão de coprodutos nas dietas de vacas leiteiras é uma peça-chave para a formulação de dietas eficientes. Neste contexto, a inclusão do farelo de bolacha (Figura 1) na alimentação dos rebanhos pode ser uma boa opção dependendo da disponibilidade e qualidade desse coproduto em sua região. O coproduto em questão apresenta-se como uma fonte acessível de energia, com altas concentrações de carboidratos não fibrosos (principalmente amido) e gordura.

Figura 1. Amostra de farelo de bolacha recebida pelo ESALQLAB.

Amostra de farelo de bolacha recebida pelo ESALQLAB

Obtido através do aproveitamento do resíduo da fabricação de biscoitos, bolachas e outros alimentos, o farelo de bolacha apresenta boa aceitação pelos animais. Outra vantagem é que, embora tenha quantidades de proteínas similares ao do milho, seu preço é mais acessível tornando ele um alimento estratégico para formulação.

O Brasil se destaca como um dos maiores produtores de bolacha do mundo, oferecendo uma ampla variedade de biscoitos e derivados. Desta forma a sua composição nutricional sofre grandes variações influenciadas pelo armazenamento, processamento industrial, matéria prima, região e uma série de outros fatores. Por estes motivos, o farelo de bolacha é um alimento de composição bromatológica heterogênea possuindo amplitudes nos teores de gordura, amido, proteína e fibra.

Com o objetivo de compartilhar e expandir o entendimento sobre a composição do farelo de bolacha, a equipe do laboratório ESALQLAB realizou uma análise retrospectiva em seu banco de dados e apresentou os resultados na Tabela 1. Nesta tabela é possível verificar que é um alimento de baixo teor de fibra em detergente neutro (12,08%) e elevado teor de nutrientes digestíveis totais (88,03%) uma vez que a maior composição deste alimento é baseada em carboidratos não fibrosos (61,34), extrato etéreo (11,44%) e proteína bruta (11,11%). É crucial destacar que o banco de dados possuía valores de matéria seca abaixo de 90%, levantando preocupações com à maior vulnerabilidade dos coprodutos à contaminação por micotoxinas. Essas substâncias tóxicas, geradas por fungos, podem resultar em perdas na produção e afetar a saúde do rebanho quando presentes em altas quantidade nos alimentos.

Tabela 1. Valores médios, mínimos e máximos observados para a composição bromatológica do farelo de bolacha das amostras recebidas pelo ESALQLAB.

Item

Média

Mínimo

Máximo

CV

Amido (%MS)

  46,72

    38,60

60,00

    17,52

Carboidratos não fibrosos (%MS)

61,34

    53,60

69,90

    10,03

Fibra em detergente neutro (%MS)

  12,08

    3,20

20,00

 49,99

Nutrientes digestíveis totais (%MS)

88,03

  76,50

99,00

   8,45

Matéria mineral (%MS)

5,73

    1,60

15,10

 62,58

Proteína bruta (%MS)

11,11

      7,30

15,10

 21,49

Extrato etéreo (%MS)

Matéria seca (%)

11,44

90,77

      5,50

    83,30

    18,20

    95,90

 35,77

  3,19

Fonte: ESALQLAB.

Os carboidratos não fibrosos são os principais constituintes deste coproduto e dentro dos constituintes do CNF o amido é o componente principal, com concentração de 46,72% e coeficiente de variação de 17,52%. É importante ressaltar que devido à alta concentração de amido, a inclusão do farelo de bolacha deve ser feita de forma a balancear as exigências do rebanho e com devida parcimônia para não haver prejuízos com distúrbios metabólicos.

O teor de extrato etéreo nesse alimento apresenta grandes variações (CV = 35,77%; Amplitude = 12,70%) e deve ser monitorado de forma frequente. A média para esse nutriente observado em nosso banco de dados (11,44%) se aproxima dos valores da literatura (CORASSA et al., 2013) e evidencia o farelo de bolacha como fonte de energia.

As amplitudes encontradas por estudo retrospectivo (Figura 2) indicam flutuações significativas no produto, provavelmente atribuíveis ao processo de fabricação e outras variáveis.

Figura 2. Composição bromatológica média do farelo de bolacha de amostras recebidas pelo ESALQLAB.Composição bromatológica média do farelo de bolacha de amostras recebidas pelo ESALQLAB

Fonte: ESALQLAB.

FDN: fibra em detergente neutro; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; MM: matéria mineral; MOR: matéria orgânica residual.

Conclui-se que a utilização de farelo de bolacha na dieta de vacas leiteiras pode ser uma prática altamente benéfica. Uma vez que ao assegurar a qualidade nutricional do farelo de bolacha, pode-se maximizar a eficiência alimentar, promover a saúde e o bem-estar do rebanho, otimizando assim a produção de leite. Este estudo destaca dessa forma a importância da análise bromatológica para garantir a confiabilidade e o bom desempenho das dietas formuladas.

 

Referências

CORASSA, A. et al. Farelo de biscoito em rações para leitões na fase inicial. Comunicata Scientiae, v. 4, n. 3, p. 231-237, 2013.

 

 

 

 

 

 

LETÍCIA CAROLINA BORTOLANZA SOARES

JOÃO PEDRO MONTEIRO DO CARMO

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