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Salga em queijos: dicas práticas para padronização e manutenção da qualidade

VÁRIOS AUTORES

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 11/09/2024

4 MIN DE LEITURA

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A salga é um processo essencial na fabricação de queijos, influenciando diretamente o sabor, textura, conservação e segurança do produto final. Existem diferentes métodos de salga, cada um com suas particularidades e aplicações específicas. Este artigo técnico explora os principais tipos de salga, os fundamentos teóricos e dicas práticas para otimização do processo de salga.

Salga a seco

A salga a seco envolve a aplicação direta de sal sobre a superfície do queijo. Este método é frequentemente utilizado para queijos de massa prensada, como parmesão e pecorino. O sal é espalhado de forma homogênea sobre o queijo, promovendo a desidratação controlada e a formação de uma crosta protetora.

Para fundamentar este tipo de salga estudam-se os processos de osmose, difusão e desidratação. O sal na superfície cria um gradiente osmótico, atraindo a umidade do interior do queijo para a superfície. A difusão do sal para o interior do queijo é lenta e depende da concentração de sal, temperatura e composição do queijo. A desidratação na superfície ajuda a formar uma crosta que protege o queijo de contaminações microbianas e promove o desenvolvimento de sabor e textura.

Dicas práticas

I) Utilize sal de alta pureza para evitar contaminações;

II) Aplique o sal de forma uniforme para garantir uma distribuição homogênea;

III) Monitore a umidade do ambiente para evitar o ressecamento excessivo do queijo.

Salga em salmoura

Na salga em salmoura, os queijos são imersos em solução de água e sal. Este método é comum em queijos frescos e semiduros, como mozzarella e feta. A salmoura permite uma penetração mais rápida e uniforme do sal em queijos de diferentes formatos e tamanhos.

Devido à concentração do equilíbrio osmótico a concentração de sal na salmoura cria um ambiente hipertônico em relação ao queijo, facilitando a difusão do sal para o interior do queijo. O equilíbrio osmótico entre o queijo e a salmoura é crucial para uma salga eficaz.

Além disso, a alta concentração de sal na salmoura inibe o crescimento de microrganismos patogênicos, contribuindo para a segurança do produto, por isso é importante realizar um rígido controle microbiano no processo.

Dicas práticas

I) Mantenha a concentração de sal na salmoura entre 18 % e 22 % para evitar o crescimento microbiano;

II) Troque a salmoura regularmente (4 a 6 meses) para evitar o acúmulo de bactérias e resíduos;

III) Controle a temperatura (10 °C) da salmoura para garantir uma penetração uniforme do sal.

Salga mista

A salga mista combina a salga a seco e a salga em salmoura. Primeiro, aplica-se sal na superfície do queijo, seguido de uma imersão em salmoura. Este método é usado em queijos como gouda e edam.

A combinação dos métodos permite um controle mais preciso sobre a quantidade de sal absorvida pelo queijo, promovendo um equilíbrio ideal entre sabor, textura e conservação. A aplicação inicial de sal a seco ajuda a iniciar a formação da crosta, enquanto a imersão em salmoura garante a penetração profunda e uniforme do sal.

Dicas práticas

I) Ajuste o tempo de imersão na salmoura de acordo com o tamanho e a umidade do queijo;

II) Utilize técnicas de salga a seco para corrigir possíveis deficiências após a imersão.

Salga por injeção

A salga por injeção envolve a introdução de sal diretamente na massa do queijo através de agulhas. Este método é menos comum, mas pode ser aplicado em queijos de grande porte, como alguns tipos de cheddar.

A injeção permite uma distribuição rápida, e precisa do sal no interior do queijo, garantindo que áreas de difícil acesso sejam adequadamente salgadas. A técnica permite ajustar a salinidade de acordo com as necessidades específicas do queijo, evitando excessos ou deficiências.

Dicas práticas

I) Certifique-se de que o equipamento de injeção esteja bem esterilizado para evitar contaminações;

II) Calibre a quantidade de sal injetado para evitar excessos que podem comprometer o sabor.

Cada método de salga tem vantagens e desvantagens, e a escolha do método adequado depende do tipo de queijo e das características desejadas no produto final. Com as dicas práticas, espera-se que os produtores de queijo possam melhorar a qualidade e consistência dos produtos, além de padronizar a fabricação artesanal.

 

 

Autores

Pedro Paulo Alves Pinheiro

Gabriella de Oliveira Nascimento

Marciel Oliveira dos Santos

Sérgio Gonçalves Mota

Wanderson Rodrigues da Silva

Marco Antônio Pereira da Silva

 

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Processo n. 303505/2023-0), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e IF Goiano - Campus Rio Verde pelo apoio a realização da pesquisa.

 

Referências Bibliográficas

Fox, P. F., et al. (2017). Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology. Academic Press.

Guinee, T. P. (2004). Salting and the Role of Salt in Cheese. International Journal of Dairy Technology, 57(2-3), 99-109.

McSweeney, P. L. H., & Fox, P. F. (2004). Metabolism of Residual Lactose and of Lactate and Citrate. In Cheese: Chemistry, Physics and Microbiology (pp. 361-370). Academic Press.

PEDRO PAULO ALVES PINHEIRO

GABRIELLA DE OLIVEIRA NASCIMENTO

MARCIEL OLIVEIRA DOS SANTOS

WANDERSON RODRIGUES DA SILVA

MARCO ANTÔNIO PEREIRA DA SILVA

Doutor em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás, Professor do IF Goiano - Campus Rio Verde, GO

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