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Qual é a doença do gado leiteiro mais cara do mundo?

POR MARIA LUÍZA TERRA

CRUZADINHA

EM 16/08/2024

6 MIN DE LEITURA

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Qual é a doença do gado leiteiro mais cara do mundo e quais países são os mais afetados por esses custos?

O Dr. Philip Rasmussen, pesquisador da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, explorou recentemente essas questões em um estudo que será publicado em breve no Journal of Dairy Science. A equipe de Rasmussen para o projeto também era composta por pesquisadores do Canadá, Suíça e Reino Unido.

As 12 doenças foram pré-determinadas pelos pesquisadores e os fatores usados para estimar a perda financeira de cada doença foram produção de leite, fertilidade e abate. As estimativas financeiras não incluíram os custos de tratamento.

A perda devido à redução da produção de leite foi avaliada usando um preço padrão do leite. As perdas de fertilidade foram baseadas no aumento do intervalo entre partos, que foi medido usando o número de dias de atraso no parto, a produção diária de leite e o preço do leite. Os custos de abate foram estimados usando o aumento do risco de abate prematuro, com base no preço das vacas e novilhas de reposição, menos o preço de venda das vacas de descarte.

Uma consideração importante nas estimativas financeiras foi o fato de que, em muitos casos, as vacas podem sofrer de mais de uma doença ao mesmo tempo. Para evitar a contagem dupla do custo total da doença devido a essas "comorbidades", os pesquisadores ajustaram os dados usando as associações estatísticas entre as doenças. Sem essa medida, eles estimaram que a média das perdas globais agregadas teria sido superestimada em 45%.

A classificação global das 12 doenças, em termos de perda anual em dólares americanos, foi a seguinte

  1. Cetose subclínica - US$ 18 bilhões
    É uma doença metabólica que geralmente afeta rebanhos de alta produção devido à alta demanda metabólica dos animais, é correlacionada ao balanço energético negativo. A cetose subclínica pode ser definida como um estágio pré-clínico da cetose, caracterizando-se por uma elevação dos corpos cetônicos no sangue, sem as manifestações clínicas da doença.
     
  2. Mastite clínica - US$ 13 bilhões
    A mastite é a inflamação da glândula mamária, que se manifesta na forma clínica (com sintomas visuais do leite ou do úbere) ou subclínica (somente com alterações da composição e CCS do leite).  A mastite clínica é marcada pelos sinais clínicos de inflamação no úbere (dor, rubor, calor, tumor e perda de função). O animal pode apresentar febre, anorexia, depressão e até chegar à morte. O leite pode ter alterações, como presença de coágulos e grumos.
     
  3. Mastite subclínica - US$ 9 bilhões
    A mastite subclínica afeta de 20 a 50% das vacas leiteiras e é considerada a forma mais frequente de mastite. As perdas econômicas causadas pela mastite subclínica são consequência direta na redução de produção de leite, perdas de qualidade, além demais custos como tratamento (não incluído neste estudo). 
     
  4. Claudicação - US$ 6 bilhões
    A claudicação é uma alteração visível tanto em movimento quanto em repouso - claudicação estática. Durante a locomoção, se apresenta como uma marcha irregular, envolvendo as fases de elevação, avanço, contato e apoio, em um ou mais membros. Pode apresentar ou não de modificações na postura, como o arqueamento da região dorsal, com aumento de volume e lesões visíveis, ou não.
     
  5. Metrite - US$ 5 bilhões
    A metrite é descrita como a inflamação e infecção das camadas do útero (endométrio, muscular, submucosa e serosa). Geralmente tem maior incidência de descarga uterina clínica entre o 5 e 7 dias após o parto, mas pode ocorrer até 21 dias pós-parto. É caracterizada por uma descarga uterina fétida de coloração avermelhada ou amarronzada e de aspecto aquoso. Essa descarga tem um cheiro muito característico, facilmente reconhecido por pessoas que conhecem a doença.
     
  6. Cistos ovarianos - US$ 4 bilhões
    O cisto ovariano é um folículo que não ovula. A ovulação é o rompimento de folículo liberando o oócito (óvulo) para fertilização. Ela normalmente ocorre 24 a 40 horas após o início do comportamento de estro. Por outro lado, o cisto folicular não ovula e continua crescendo. Cistos são uma importante causa de infertilidade em vacas de leite, podendo causar aumento do intervalo parto-concepção, e consequentemente do intervalo entre partos.
     
  7. Paratuberculose/doença de Johne - US$ 4 bilhões
    A Paratuberculose ou Doença de Johne é uma infecção bacteriana crônica e contagiosa causada pelo Mycobacterium paratuberculosis. A doença é caracterizada por uma enterite degenerativa que causa diarreia intermitente, perda de peso progressiva e morte. É importante destacar que os sintomas surgem geralmente em momentos de estresse.
     
  8. Retenção de placenta - US$ 3 bilhões
    Retenção de placenta  é um termo utilizado quando as membranas demoram mais de 12 horas para serem expelidas após o parto. É uma enfermidade considerada multifatorial pois pode estar associada a outras diversas doenças como abortos, doenças infecciosas, doenças metabólicas, hipocalcemia, distocia, partos gemelares, parto induzido, manejo nutricional, tipo de parto, estado imunológico, entre outras diversas variações específicas de cada propriedade.
     
  9. Deslocamento de abomaso - US$ 0,6 bilhão
    Conforme o próprio nome indica, a doença ocorre quando o abomaso é deslocado de sua posição normal no assoalho abdominal. O animal acometido apresenta uma súbita diminuição do apetite, apatia, desidratação, isquemia periférica e, geralmente, diarreia.
     
  10. Distocia - US$ 0,6 bilhão

    A distocia, definida como dificuldade ou incapacidade de um bezerro se apresentar ao nascimento de maneira natural, é um evento preocupante que pode ter consequências significativas para o bezerro neonato. A ocorrência de distocia é influenciada por diversos fatores, incluindo a genética da mãe, tamanho e conformação do bezerro, condição de saúde da vaca e manejo do parto.

  11. Febre do leite/hipocalcemia - US$ 0,6 bilhão
    A hipocalcemia, ou febre do leite, é ocasionada pela baixa concentração de cálcio no sangue (calcemia) das vacas no pós-parto, devido a redução do consumo de matéria seca no periparto, em conjunto com o aumento das exigências de cálcio, a fim de atender o desenvolvimento fetal e a produção de colostro e leite.
     
  12. Cetose clínica - US$ 0,2 bilhão
    cetose clínica é definida por elevada concentração sanguínea de corpos cetônicos, associado com hipoglicemia e sinais clínicos da doença como: falta de apetite, anorexia, atonia ruminal, fezes secas, queda na produção de leite e sinais neurológicos como letargia, agressividade e excesso de movimentação de cabeça e língua.

No total, as perdas econômicas decorrentes de doenças do leite totalizaram cerca de US$ 65 bilhões por ano.

Houve grandes diferenças entre os efeitos da doença em várias regiões do mundo. Por exemplo, a cetose subclínica foi responsável por cerca de 35% das perdas na Oceania (incluindo Austrália e Nova Zelândia), mas apenas 24% das perdas na Europa. Por outro lado, 25% das perdas da Europa foram devidas à mastite clínica, que contribuiu com apenas 10% das perdas da Oceania.

Em todos os 183 países modelados, a perda total anual média ajustada por comorbidade foi de cerca de US$ 351 por vaca. Por país, esse valor variou de apenas US$ 72/vaca na Nigéria a US$ 1.900/vaca na Coreia do Sul.

Em relação à população humana, os países mais afetados pelas doenças do gado leiteiro foram a Nova Zelândia (US$ 220/pessoa/ano), a Irlanda (US$ 140/pessoa/ano) e a Dinamarca (US$ 70/pessoa/ano).

Os países com as maiores perdas anuais em geral foram a Índia (US$ 12 bilhões), os Estados Unidos (US$ 8 bilhões) e a China (US$ 5 bilhões). Essas classificações estão correlacionadas com a classificação da produção global de leite por país.

Os autores observaram que o tratamento das doenças em vacas leiteiras e a melhoria da saúde animal ajudariam a aumentar a eficiência global da produção de leite e, ao mesmo tempo, diminuiriam o impacto ambiental. Eles observaram a importância do leite e dos produtos lácteos como alimentos ricos em nutrientes que desempenharão um papel fundamental na nutrição global e na segurança alimentar, com uma demanda global total de alimentos que deve aumentar em até 56% entre 2010 e 2050.

 

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As informações são do Dairy Herd Management, adaptadas pela equipe MilkPoint.

 

 

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