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Proteína solúvel e proteína degradável no rúmen

POR MARCOS NEVES PEREIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/07/2003

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 29/12/2020

Proteína solúvel e proteína degradável no rúmen são dois conceitos importantes em nutrição de vacas leiteiras e que serão abordados nesse artigo.

O balanceamento proteico em ruminantes deve considerar a disponibilidade de nitrogênio para os microorganismos do rúmen. A proporção da proteína bruta dietética que é degradável no rúmen depende da fonte de proteína utilizada.

Forrageiras com alto conteúdo proteico e ensiladas, por exemplo, têm alta proporção da proteína em forma degradável enquanto farinhas de origem animal são consideradas fontes de proteína não-degradável. Fontes de proteína não-degradável fornecem aminoácidos pós-ruminalmente, dai o termo "bypass" ou proteína sobrepassante.

A proteína metabolizável (PM), aquela absorvida no intestino e cujos aminoácidos estão disponíveis para o animal, é composta pela proteína microbiana sintetizada no rúmen, pela proteína alimentar sobrepassante e por muito pouca proteína de origem endógena. A proteína quantitativamente mais importante para o ruminante é a microbiana, também de alto valor biológico.

Quando a taxa de fermentação de carboidratos excede a taxa de degradação da proteína pode ocorrer redução na produção de proteína microbiana. Maximizar a síntese de proteína microbiana no rúmen requer equilíbrio entre a energia oriunda de carboidratos e o nitrogênio disponível para os microorganismos, dai a importância de conhecer a degradabilidade da proteína nos alimentos.

A meta em nutrição é fornecer quantidades adequadas de proteína degradável no rúmen para eficiência ótima dos microorganismos e, ao mesmo tempo, obter a produtividade animal desejada com a mínima quantidade de proteína bruta dietética. A resposta produtiva à suplementação proteica pode ocorrer por melhoria no perfil de aminoácidos da proteína metabolizável ou reduzindo o excesso de nitrogênio da dieta.

Quando a taxa de degradação da proteína excede a taxa de fermentação de carboidratos ocorre perda de nitrogênio como amônia. Maior absorção de amônia do rúmen aumenta o custo energético de excreção metabólica do excesso de nitrogênio, potencialmente capaz de aumentar a magnitude do balanço energético negativo no início da lactação.

Excesso de N-uréico no sangue também pode ter efeito tóxico sobre o espermatozóide, o óvulo ou os embriões, além de reduzir o pH uterino, a produção de prostaglandina e a concentração plasmática de progesterona (Butler. J. Dairy Sci. 81: 2433, 1998). Excesso de nitrogênio degradável no rúmen pode afetar negativamente a eficiência reprodutiva de vacas leiteiras.

A mensuração laboratorial da degradabilidade protéica nos alimentos tem utilidade prática. Esta seria uma alternativa ao uso de valores de degradabilidade tabulados em listas de composição de alimentos, a metodologia corriqueira. Uma alternativa para a obtenção do valor de degradabilidade em alimentos protéicos de uso prático seria a mensuração da solubilidade da proteína em algum solvente.

O solvente mais comumente utilizado tem sido o tampão borato-fosfato, popular porque é utilizado para determinar as frações protéicas A e B1 no modelo nutricional de Cornell (Sniffen et al. J. Anim. Sci. 70: 3562, 1992).

Alguns nutricionistas têm sido atraídos pela tentativa de utilização de valores de solubilidade proteica para estimar a degradabilidade da proteína no rúmen. Entretando, as limitações desta prática precisam ser compreendidas, solubilidade não é um estimador perfeito de degradabilidade. A correlação entre solubilidade e degradação ruminal in vivo da proteína foi de apenas 0,26 para 34 dietas contendo várias fontes de nitrogênio (Stern & Satter. J. Anim. Sci. 58: 714, 1984).

Toda proteína solúvel não é igualmente susceptível à degradação por enzimas ruminais. Solubilidade também não é pré-requisito para degradação, existe proteína insolúvel que é degradada no rúmen. A proteína solúvel também pode ter maior taxa de passagem pelo rúmen que a proteína insolúvel e, portanto, pode deixar o rúmen intacta. Isto ocorre pela maior possibilidade de associação da proteína solúvel à fase fluída da digesta ruminal.

Apesar das imperfeições da técnica de solubilidade, esta pode ter valor para avaliar diferentes partidas de um mesmo alimento. Entretanto, os modelos nutricionais vigentes adotaram a degradabilidade como critério para formulação de dietas. Não existem diretrizes seguras para recomendar valores dietéticos de solubilidade proteica compatíveis com o desempenho ótimo de vacas leiteiras.

MARCOS NEVES PEREIRA

Professor Titular da UFLA (Lavras, MG)

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RICARDO DE SOUZA MARTINEZ

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 04/10/2012

Muito bom artigo, professor Marcos Neves.
JÚLIO CÉSAR DE CERQUEIRA FIDELIX

IMPERATRIZ - MARANHÃO - ZOOTECNISTA

EM 03/12/2008

Como estudante de Zootecnia, leio e recomendo estes artigos tão ricos e bem explicados para aqueles que se envolvem com a bovinocultura. Artigos assim facilitam minhas pesquisas acadêmicas e me preparam melhor para o mercado de trabalho.

O conhecimento sobre Proteína Degradável e Não Degradável no Rúmem é fator essencial na nutrição de bovinos.

Professor Marcos Pereira, continue assim.
JÚLIO CÉSAR DE CERQUEIRA FIDELIX

IMPERATRIZ - MARANHÃO - ZOOTECNISTA

EM 03/12/2008

Como estudante de Zootecnia, leio e recomendo estes artigos tão ricos e bem explicados para aqueles que se envolvem com a bovinocultura. Artigos assim facilitam minhas pesquisas acadêmicas e me preparam melhor para o mercado de trabalho.

O conhecimento sobre Proteína Degradável e Não Degradável no Rúmem é fator essencial na nutrição de bovinos.

Professor Marcos Pereira, continue assim.

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